terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Retorno e Repensar

 
Salve, colegas da jornada FIRE.

Quando pensei este nome, estava em um momento da vida de estresse. Além da dificuldade que estava na vida profissional, estávamos enfrentando a pandemia, e foi bem díficil.

Após isso, quando as coisa abriram e as pessoas já estavam imunizadas, eu tirei 10 semanas para viajar pelo Brasil. Neste percurso, encontrei dezenas de outros viajantes que também estava na estrada. Uns em viagem de ida e volta, como eu, e outros apenas seguindo sem rumo, fazendo da vida a própria viagem.

Pude conhecer outros pontos de vistas, viver outras experiências e repensar sobre a ideia de férias permanentes. Há outras atividades para serem realizadas que podem, se não prazerosas, pelo menos mais tranquilas. Então voltei com a ideia da Independência Financeira, para poder trabalhar como autônomo ou com empresa aberta, mas exercendo alguma atividade da qual eu não dependa financeiramente dela. Nesse sentido, se faltar receita em um mês, eu estou protegido pelo patrimônio.

Então, posso dizer que minha jornada é em busca apenas do RE do FIRE? Penso que não, porque fica a possibilidade da aposentadoria a qualquer momento, se assim eu o quiser, ou ainda do trabalho sem retorno financeiro (porque aqui, qualquer um seria voluntário, visto que não dependeria dele).

Há trabalhos que desejamos fazer para o qual não há clientes, ou cujo público alvo não teria renda suficiente para consumi-lo.

Em suma, é isto. Vou continuar atualizando o blog frequentemente.

Abraços à comundade.

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Independência Financeira, um obstáculo: Plano de Saúde

 Esses últimos dias eu me debrucei mais sobre a questão da IF. 

Qual o valor a ser considerado, os meus gastos atuais + inflação? A princípio seria essa a resposta, certo?

Mas analisando melhor, fui considerando algumas outras questões e acabei me deparando com o PLANO DE SAÚDE. O aumento da mensalidade do plano não segue de acordo com a inflação, mas por FAIXA ETÁRIA! E aí, meu amigo, quando você muda de faixa, o valor aumenta consideravelmente, de modo que quanto mais velho, muito mais caro numa proporção absurda.

Somando a isso, outro dia na farmácia, eu vi um senhor passando R$450 de remédio. Isso acendeu a luzinha vermelha.

Se você não considerar essa questão, terá uma Taxa de Retirada (TR) muito superior aos famigerados 3%, e aí seus planos FIRE vão por água abaixo.

Observe a tabela comparativa de quatro planos de saúde, atualizada 2021. Retirei as marcas porque objetivo não é comparar qual é melhor ou mais barato, mas somente para percebermos a diferença absurda no preço.



Observe que em todas as opções, a diferença da faixa dos 30 / 40 para mais de 59 é mais que o dobro.

Então se você ta considerando seus gastos, supondo:

Aluguel R$1200

Energia R$200

Internet R$100

Alimentação R$500

Plano de saúde R$300

Automóvel R$200

Total R$2500 + correção inflação


Suponto que você tenho um patrimônio de R$750.000, que é 300x os gastos mensais; aí seguindo a regra da TSR 3%, você conseguiria seguir esse curso tranquilamente. Porém, os gastos não vão aumentar conforme a inflação.

Quando você chegar aso 59+ de idade, teria um aumento de no mínimo R$600, e um gasto mensal total do que seria hoje R$3100. Isso fora os gastos com remédio, que vem por fora. Com isso, a TR iria para quase 5% ao ano.

Isso me preocupou um pouco, e comecei a considerar que o Fat Fire não seja tão Fat assim, seria somente um FIRE frugal cuidando para a preparação para a velhice.

Além disso, tem a questão que, creio eu, todos se deparam ao utilizar a calculadora de investimento. Quanto considerar para a inflação? Simplesmente não tem como saber. Veja na pandemia, a inflação aumentou de forma absurda, pegando várias pessoas de surpresa.

Então, pra mim, a questão da meta FIRE ainda não é uma questão fechada. Aceito sugestões de como pensar isso, mas eu sinceramente não consigo chega a conclusão nenhuma.

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Quando deu "o estalo" para buscar a famigerada independência financeira? [Pt 3 - Conclusão]

 Concluindo, o estalo para a independência financeira foi quando eu percebi que não adiantava mudar nem pra onde eu fosse, pois o mundo do trabalho é insalubre e antissocial, e foi ratificado quando eu me dei uma segunda chance e mudei novamente de emprego. Ironicamente, me fz percebe que onde eu estava antes era até bom se comparasse com o atual.

E o projeto se tornou real quando a previdência foi desmontada. Aposentar-se aos 65 anos com 68,5%+ da média dos salários, sendo que o salário está congelado, e a inflação vem comendo o poder de compra. Se eu quiser 100% da média salarial, teria que trabalhar mais 1 ano para aumentar 2,5%, porém o teto de trabalho são 70 anos, ou seja, eu só conseguiria 78,5% da média salarial.

(As regras são confusas, e já tem uma nova proposta correndo o congresso para alterar novamente as regras)

Então, tem duas metas, a primeira é o FIRE mesmo, independência financeira o mais rápido possível, espero que daqui a 6 ou 8 anos. Se essa não der certo por desventuras da vida, a outra meta é uma renda extra previdenciária para quando eu me aposentar aos 65 e não precisar trabalhar até os 70.

Pensando que em 6 ou 8 anos eu teria uma renda FIRE que daria o poder de compra do que hoje são R$2500 a R$3600, dependendo do que acontecer, estaria suficiente e a partir daí eu trabalharia mais uns meses para juntar dinheiro e abrir um negócio com meus projetos engavetados pela chefia, ou trabalhar intermitente para viajar, ser blogueiro de viagens, enfim, os hobbies.

Neste ano, eu conheci o termo FIRE e pesquisando descobri que tem uma comunidade e uma blogosfera ao redor disso, daí fui "me enturmando" e cheguei até aqui.

Esse é o meu depoimento de como cheguei até aqui, talvez vocês tenham se identificado ou não, fiquem à vontade para comentar e contar sobre a experiência de vocês.

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Quando deu "o estalo" para buscar a famigerada independência financeira? [Pt 2]

 Continuando...

Depois eu consegui voltar para a minha cidade natal, e novamente estava empolgado, emprego novo numa instituição infinitamente maior do que a que trabalhava, com mais possibilidades de projetos, mais setores e mais espaçados, logo menos fofoca e intrigas.

Pois é, não. Pelo contrário, mais sugado. Os projetos não eram aceitos também, estava constantemente em desvio de função. Então eu estava ali continuando com meus aportes mensais, já desanimado que nunca iria atingir milhão nenhum nem nada. E então um amigo viciado em mercado financeiro ficava falando sobre essas coisas o tempo inteiro, e eu achava ele muito doido. Mas a reforma da previdência tinha destruído a aposentadoria como a gente conhece e isso me deu o estalo de que eu precisava fazer alguma coisa. Aí comecei a dar ouvido ao "doido", mas sondando pra tentar entender.

Nisso aí, um amigo de confiança começou a trabalhar num setor de previdência de uma prefeitura, e eu perguntava a ele sobre isso.

Ele me passou alguns materiais para estudar, e me ajudou a entender o que era joio e trigo nisso tudo. E depois disso ele saiu dessa prefeitura e não quis mexer mais com isso. Mas me deixou um aprendizado. Aí eu comecei a entender o amigo "doido". Na verdade, ele não era doido, ele só não era didático.

Bom, aí a coisa mudou de figura, o que era um sonho distante passou a ser um projeto realista. No início, lamentei os 7 anos que fiquei enfiado na poupança e poderia estar anos-luz à frente; porém a poupança na época era a minha melhor escolha dentre o que eu conhecia.

Após entender isso, parei de lamentar mas fiquei afobado, tirei logo 90% da poupança, deixei 10% só pra garantir (depois fiquei sabendo que fiz certo, isso se chama "reserva financeira"). Do que eu tirei, botei 60% direto na bolsa, 20% em TD IPCA+, 12% em fundos de ações e 8% em debênture.

Então a carteira ficou assim (arredondamento):

11% RE

55% RV

23% RF

11% FIA

Logicamente, isso foi um péssimo movimento, mas era 2019 e estávamos num bull market próspero até a pandemia, então não senti tanto.

Depois fiz algumas mudanças como resgatar o fundo e ir para o exterior, mas falo sobre isso depois.

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Quando deu "o estalo" para buscar a famigerada independência financeira? [Pt 1]

A gente fala de independência financeira hoje como se fosse algo que já pensávamos desde sempre, né? Mas se você fizer uma retrospectiva nas suas ideias, nos seus pensamentos, vai ver que não é assim.


Toda criança sonha com alguma profissão, quando mais novo são profissões idealizadas como astronauta, ator, atleta, cowboy como nos filmes ou um grande explorador; na adolescência começa a pensar em profissões que tem aventura como piloto de avião, paraquedista, mergulhador; e já na juventude quando tem que escolher de fato no enem ou processo seletivo, começa a pensar em carreiras mais possíveis e rentáveis como técnico ou bacharel em engenharia, medicina, direito, docência, etc.

Durante o curso profissionalizante ou a graduação, sonha com a formatura, com o cotidiano profissional, as realizações, qual segmento da carreira, advogado civil, tributarista, penal?

Então é uma vida toda convergindo para isso, tudo bem que tem uma sociedade inteira nos cobrando com a pergunta "o que você quer ser quando crescer?", mas é a nossa cultura e a gente se desenvolve a partir da cultura. Só que a gente vive pensando nisso, porém chega uma hora que a gente não quer mais saber disso.

Parece que a nossa "barrinha da paciência", a gente já tentou de tudo, trocar de emprego, de segmento, de cidade e até de profissão, mas não adianta, aquele cotidiano do trabalho, com cobranças sem sentido, rivalidades, panelinhas, fofoca, tudo isso se somando às pressões da chefia, vai nos deixando desanimados, irritados; por vezes, adoecemos mesmo: burnout, ansiedade, estresse, depressão.

Quando eu mudei pra um "emprego dos sonbos", numa "cidade dos sonhos" e continuei com todos os incômodos foi que me deu o estalo. Na época, eu nem sabia que existia o termo FIRE, nem um movimento de pessoas que desejavam isso.

Muitas ideias, muitos projetos, mas que não conseguia botar nenhum em prática, nada era aprovado, me sentia sabotado e isolado do contexto da instituição.

Eu cheguei juntando dinheiro para dar entrada na minha casa própria porque afinal eu estava animado, queria minha casa e iria morar ali e trabalhar no mesmo lugar até me aposentar. Com um tempo eu comecei a jogar na loteria com muita frequência porque eu já não aguentava mais e sabia que se eu conseguisse pelo menos o prêmio base de 600 mil na quina e deixasse na poupança (na época eu não conhecia nada de investimento), depois de um tempo eu estaria "aposentado" e me livraria de ter que ir para aquele ambiente insalubre e tóxico.

 
Seguindo a probabilidade, eu não acertei, e quando eu verifiquei meu saldo da poupança para a entrada, vi que já tinha uma quantia considerável. Comecei a usar a calculadora do milhão para descobrir em quanto tempo eu estaria livre. O resultado foi desanimador, precisaria de mais 18 anos. Mas o tempo iria passar de qualquer forma e eu aceitei que demora mesmo. Comecei a perceber que era melhor então eu continuar alugando porque o aluguel era a metade da prestação de um muquifo e eu morava na beira da praia com lazer completo.

Para não ficar muito longo, eu resolvi dividir em dois.

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Apresentação

Saudações a todos e todas companheiros e companheiras nessa jornada a caminho da independência financeira.

Há um tempo eu já queria criar um perfil em rede social ou uma página para falar sobre esse assunto, esse "life style", mas ficava com preguiça ou então desanimado mas aí eu fui vendo que tem essa blogosfera de pessoas nessa caminhada e comecei a visitar os blogs, e então por sugestão do AA40 eu resolvi criar o blog. 

E é isso, fazer o simples. O simples pode não ser o melhor caminho ou o mais pomposo, mas com certeza é o mais sensato.

Eu "descobri" que sou FIRE há pouco tempo, porque eu nem sabia que existia esse termo, muito menos que havia uma comunidade em torno disso. Mas já venho nesse pensamento e nesse caminho desde por volta de 2013 e 14. Com o tempo eu vou falando sobre esse processo, que partiu de uma constante insatisfação com o trabalho, começou com a mega sena, passou por muitos anos de poupança e foi parar na bolsa Nova Iorque.

E porque do nome? Bom, FÉRIAS é o conceito de que você pode fazer o que quiser com o seu tempo e não precisa fazer coisas sem sentido só porque alguém te mandou, nem bater ponto ou participar de reuniões. Mas que não é aposentadoria porque você ainda está economicamente ativo e pode voltar de férias a qualquer momento - neste caso, se quiser. Mas por que permanentes e não indeterminadas, já que você vai voltar? Permanentes porque não tenho necessariamente que voltar, e se voltar não será para fazer coisas sem sentido; pensei o nome assim.

Aqui vou falar do meu estilo de vida, da contradição da quarentena que me deixou com a saúde física ruim e a saúde financeira ótima, de projetos e, claro, das finanças, a carteira, o objetivo e tudo isso aí.

Post simples e curto só para apresentar a proposta do blog, a gente vai se falando. Abraços! Tmj macacada!

Retorno e Repensar

  Salve, colegas da jornada FIRE. Quando pensei este nome, estava em um momento da vida de estresse. Além da dificuldade que estava na vida ...